O serviço “Não Me Perturbe”, criado pela Anatel, visa bloquear ligações de telemarketing para os consumidores que não desejam receber esse tipo de contato. No entanto, muitos brasileiros ainda se queixam de continuar recebendo essas chamadas, mesmo estando inscritos na plataforma. Isso ocorre porque nem todas as empresas aderiram ao serviço, e algumas delas acabam burlando os filtros estabelecidos pela Anatel, deixando o consumidor vulnerável a essas ligações indesejadas.
Uma das principais razões pelas quais o “Não Me Perturbe” não é 100% eficaz está na adesão das empresas. Apesar de a plataforma ser uma ferramenta obrigatória para as operadoras de telefonia, nem todas as empresas de telemarketing se cadastraram no serviço ou seguem suas diretrizes rigorosamente. Isso faz com que, em alguns casos, o consumidor não seja protegido por essa medida, permitindo que ele continue recebendo chamadas de empresas não registradas.
Além disso, há empresas que, mesmo estando cadastradas no serviço, conseguem burlar os filtros da Anatel. Esse fenômeno acontece quando as empresas utilizam tecnologias de “spoofing” ou outras estratégias para ocultar o número de origem das ligações. Dessa forma, as chamadas parecem ser de números diferentes, dificultando a identificação por parte da plataforma “Não Me Perturbe”, e as ligações acabam passando despercebidas pelo sistema.
Outra questão que contribui para o não funcionamento do “Não Me Perturbe” é a falta de conscientização dos próprios consumidores sobre o uso correto da plataforma. Muitas pessoas não realizam a inscrição corretamente ou não confirmam o cadastro de forma periódica, o que pode resultar na não atualização dos dados e no consequente recebimento de chamadas indesejadas. É importante que o consumidor faça o processo de inscrição de maneira completa e esteja ciente de que é necessário renovar a inscrição periodicamente.
O problema também está relacionado à falta de fiscalização mais rigorosa por parte da Anatel. Embora o órgão tenha estabelecido a plataforma como uma solução para proteger os consumidores, ainda não há um controle efetivo para garantir que todas as empresas cumpram as normas de bloqueio de chamadas. A ausência de punições severas para as empresas que não aderem ao sistema ou burlam os filtros também contribui para o fracasso do serviço em algumas situações.
Em alguns casos, o consumidor pode acabar recebendo ligações por engano, especialmente se os telemarketing utilizarem bancos de dados desatualizados ou mal gerenciados. Isso ocorre quando as informações sobre a inscrição no “Não Me Perturbe” não são corretamente alimentadas nos sistemas das empresas de telemarketing, o que faz com que o sistema de bloqueio não tenha eficácia total.
Para tentar resolver essas falhas, a Anatel tem investido em atualizações para tornar a plataforma mais eficiente e em medidas para aumentar a adesão das empresas ao sistema. A Anatel também tem trabalhado no aprimoramento dos mecanismos de fiscalização, para garantir que as empresas que descumprirem a regra sejam punidas. No entanto, esses avanços ainda não resolveram o problema de forma definitiva, e os consumidores seguem enfrentando dificuldades com as ligações indesejadas.
Em resumo, o “Não Me Perturbe” pode não ser totalmente eficaz por conta da adesão irregular das empresas ao sistema, da utilização de tecnologias que burlam os filtros e da falta de fiscalização mais rigorosa. Apesar disso, o serviço ainda é uma ferramenta importante para tentar conter as ligações de telemarketing, e as autoridades seguem trabalhando para aperfeiçoar a plataforma e garantir que os consumidores não sejam mais incomodados.