A realização de exames de imagem durante a gestação é essencial para o acompanhamento adequado da saúde da mãe e do bebê. Segundo a Dra. Thaline Neves, médica especializada em Medicina Fetal e fundadora da Clínica View, compreender as diferenças entre o ultrassom obstétrico e o ultrassom morfológico ajuda as gestantes a se sentirem mais seguras e bem informadas ao longo do pré-natal.
Ambos os exames utilizam a tecnologia da ultrassonografia para visualizar o feto, mas têm finalidades e momentos distintos dentro do acompanhamento gestacional. Neste artigo, explicamos as principais características de cada um e sua importância clínica.
O que é o ultrassom obstétrico e quando ele é indicado?
O ultrassom obstétrico é o exame mais comum durante a gestação. Ele pode ser realizado em diferentes fases da gravidez e serve para avaliar o desenvolvimento fetal, batimentos cardíacos, posição do feto, quantidade de líquido amniótico, além de observar a anatomia de forma geral.
Este tipo de exame é considerado de rotina e pode ser feito desde as primeiras semanas de gestação. Com isso, Thaline Neves explica que o ultrassom obstétrico é fundamental para confirmar a idade gestacional, diagnosticar gestação múltipla e identificar possíveis alterações precoces.
Nos trimestres seguintes, esse exame continua sendo uma ferramenta importante para monitorar o crescimento fetal, identificar complicações como restrição de crescimento intrauterino ou alterações no líquido amniótico, além de ajudar na definição da via de parto em casos específicos.
O que é o ultrassom morfológico e qual sua finalidade?
O ultrassom morfológico é um exame mais detalhado, voltado à análise da formação anatômica do bebê. Geralmente realizado entre a 11ª e a 14ª semana (primeiro trimestre) e depois entre a 20ª e 24ª semana (segundo trimestre), esse tipo de ultrassonografia permite identificar com maior precisão possíveis malformações congênitas.

De acordo com a Dra. Thaline Neves, o ultrassom morfológico é especialmente importante para a detecção precoce de síndromes genéticas, defeitos cardíacos, neurológicos e esqueléticos. Além disso, ele também avalia estruturas como cérebro, coluna, face, coração, rins e membros do feto.
Principais diferenças entre os dois exames
Embora ambos utilizem a mesma tecnologia de imagem por ultrassom, há diferenças claras entre os dois exames quanto à profundidade da análise, o objetivo clínico e o momento da realização:
- Objetivo: o obstétrico é voltado ao acompanhamento do desenvolvimento e bem-estar do feto, enquanto o morfológico foca na avaliação anatômica detalhada.
- Periodicidade: o obstétrico pode ser feito várias vezes durante a gestação; o morfológico é indicado em momentos específicos e com propósitos diagnósticos mais complexos.
- Nível de detalhamento: o exame morfológico exige mais tempo de realização e análise, sendo geralmente feito por especialistas em Medicina Fetal, como explica a Dra. Thaline Mairace Hernandez das Neves Coutinho.
- Tecnologia utilizada: ambos usam o mesmo tipo de aparelho, mas o morfológico pode incluir recursos como Doppler colorido e imagens 3D, conforme necessidade clínica.
A importância da avaliação por especialistas em Medicina Fetal
Realizar o ultrassom com um profissional especializado em Medicina Fetal traz mais segurança para o acompanhamento da gestação. Segundo Thaline Neves, a qualificação do médico é crucial para identificar alterações sutis que podem representar riscos ao bebê. Com o avanço da tecnologia, a Medicina Fetal permite diagnósticos mais precoces, planos de parto mais seguros e intervenções intrauterinas em casos selecionados, e ter esse tipo de suporte durante a gravidez é um diferencial que impacta diretamente a saúde do bebê e a tranquilidade da gestante.
Quando realizar cada exame durante a gestação?
De acordo com a Dra. Thaline Neves, a recomendação é que o primeiro ultrassom obstétrico seja feito entre a 6ª e 8ª semanas, com novos exames em cada trimestre ou conforme necessidade médica. Já o ultrassom morfológico deve ser agendado preferencialmente entre as semanas 11 a 14 e novamente entre as semanas 20 a 24.
Tanto o ultrassom obstétrico como o morfológico são importantes
Em suma, Thaline Neves deixa claro que entender a diferença entre o ultrassom obstétrico e o ultrassom morfológico ajuda as gestantes a participarem ativamente do seu pré-natal e a reconhecerem a importância de cada etapa do acompanhamento. Por isso que, a qualidade na realização desses exames impacta diretamente na prevenção, diagnóstico e no sucesso de toda a jornada gestacional. Buscar clínicas especializadas e com infraestrutura adequada é essencial para garantir um cuidado seguro, humano e de excelência.
Autor: Alexeev Voronov Silva