A importância dos catadores no ciclo dos resíduos é tema central para qualquer política séria de sustentabilidade urbana e inclusão produtiva. Conforme expõe o gestor Marcio Velho da Silva, reconhecer essas trabalhadoras e trabalhadores como agentes ambientais é passo decisivo para elevar taxas de reciclagem, reduzir custos públicos e gerar renda formal com impacto social mensurável. Quando o poder público, as empresas e a sociedade entendem o valor dessa atividade, a cadeia ganha eficiência, qualidade e transparência.
Este artigo organiza, em linguagem objetiva, um roteiro para integrar catadores às estratégias de gestão de resíduos, com foco em resultados e dignidade laboral. Veja mais sobre essa temática na leitura abaixo:
A importância dos catadores no ciclo dos resíduos: função ambiental, econômica e sanitária
Os catadores realizam a triagem na ponta, separando materiais com potencial de reaproveitamento, diminuindo o volume destinado a aterros e evitando a contaminação de recicláveis por rejeitos. Essa atuação reduz emissões associadas à decomposição orgânica e à produção de matérias-primas virgens, além de desafogar a logística municipal. Em termos sanitários, a coleta seletiva organizada limita pontos de proliferação de vetores, melhora as condições de limpeza urbana e contribui para a drenagem adequada.
Do ponto de vista econômico, a presença de catadores estruturados em cooperativas qualifica a oferta de materiais, melhora preços de venda e cria contratos estáveis com indústrias recicladoras. De acordo com Marcio Velho da Silva, quando há previsibilidade de entrega, padrão de qualidade e nota fiscal, surgem mecanismos de financiamento, compras públicas e parcerias privadas. Isso viabiliza investimentos em prensas, esteiras, veículos e sistemas de gestão, ampliando produtividade, segurança e rastreabilidade.
Inclusão produtiva, formalização e condições de trabalho
A valorização passa por reconhecer a atividade como ocupação essencial e promover a formalização via cooperativas ou microempreendedorismo, com assistência técnica, contábil e jurídica. Programas de capacitação devem abordar triagem, segurança do trabalho, qualidade do material e gestão administrativa. A implementação de contratos com metas de desempenho e pagamento por serviço ambiental reduz a vulnerabilidade a oscilações de mercado e garante previsibilidade de receita.

As condições de trabalho precisam evoluir de modo estruturado. Infraestruturas adequadas são indispensáveis para saúde e dignidade. Equipamentos de proteção individual e protocolos de segurança (NRs aplicáveis) devem ser rotina, com inspeções e treinamentos recorrentes. Como alude Marcio Velho da Silva indica, a adoção de indicadores antecedentes ajuda a antecipar riscos, ajustar processos e valorizar o desempenho das equipes em bases objetivas e transparentes.
Logística, tecnologia e qualidade do material
A logística de coleta seletiva precisa estar alinhada ao trabalho das cooperativas. Rotas por tipo de material, calendários claros, pontos de entrega voluntária (PEVs) e ecopontos estrategicamente distribuídos reduzem contaminações e custos de transporte. A padronização de contenção por fração (papel, plástico, vidro, metal e eletrônicos) facilita a triagem e diminui perdas. Integrações com geradores de grande porte (condomínios, shoppings, universidades) elevam volume e previsibilidade.
A tecnologia amplia eficiência e transparência. Sistemas de rastreabilidade registram origem, volume e destino; balanças integradas a aplicativos simplificam notas e relatórios; sensores evitam transbordo em contêineres; e painéis de indicadores fornecem dados para tomada de decisão. Assim como demonstra Marcio Velho da Silva, medir qualidade, teor de umidade, nível de impurezas, granulometria no caso de plásticos, melhora preço, reduz retrabalho e fortalece relações com a indústria.
A importância dos catadores no ciclo dos resíduos como alavanca de inclusão e eficiência
Em síntese, valorizar os catadores é reconhecer um serviço ambiental essencial que reduz gastos públicos, melhora a limpeza urbana e fortalece a economia circular. Isso exige integração entre educação, infraestrutura, contratos estáveis, tecnologia e segurança do trabalho, com metas verificáveis e transparência dos resultados. Segundo Marcio Velho da Silva, dignidade e eficiência caminham juntas quando a política pública remunera o serviço ambiental, a indústria compra com critérios e a sociedade separa corretamente.
Autor: Alexeev Voronov Silva