Sentir‐se exausto depois de um dia puxado é normal. Entretanto, como comenta o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto, a exaustão constante e generalizada tem outro nome: burnout. A síndrome, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, combina esgotamento físico e emocional, sensação de ineficácia e despersonalização no ambiente profissional.
Inclusive, nos últimos anos, o volume de notificações, a cultura “sempre online” e a insegurança econômica intensificaram metas agressivas e jornadas extensas. Interessado em saber mais? Continue a leitura e descubra como reconhecer, evitar e superar essa condição antes que ela comprometa seu bem-estar.
O que é burnout?
O burnout é uma resposta prolongada a estresses crônicos no trabalho, de acordo com Gustavo Luíz Guilherme Pinto. Logo, diferente do estresse pontual, ele não desaparece após um fim de semana de descanso; pelo contrário, ele evolui de forma silenciosa até afetar o desejo de trabalhar e a autoestima. Especialistas descrevem três dimensões centrais: exaustão extrema, distanciamento afetivo dos colegas e crença de que o próprio desempenho não tem valor.
Essa combinação surge quando a demanda supera de forma sistemática os recursos disponíveis, tempo, apoio ou reconhecimento. Desse modo, ambientes competitivos que valorizam produtividade acima de tudo, aliados a líderes pouco sensíveis, criam o terreno perfeito para o fenômeno. Assim, o trabalhador começa a se sentir uma peça substituível, alimentando o ciclo de desgaste.
Por que o burnout se tornou tão comum?
A digitalização do trabalho, acelerada após a pandemia, dissolveu fronteiras claras entre expediente e vida pessoal. E-mails fora do horário, reuniões remotas sucessivas e metas reposicionadas a cada trimestre impõem uma vigilância contínua. Logo, esse cenário provoca uma sensação permanente de alerta, elevando níveis de cortisol e prejudicando o sono, fator decisivo para a recuperação psíquica, conforme ressalta o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto.

Além disso, sociedades que premiam a hiperperformance idealizam jornadas longas como sinal de comprometimento. Dessa maneira, o espaço para lazer e autocuidado diminui, enquanto a pressão por resultados imediatos cresce. Para completar, a precarização do trabalho em várias áreas agrava o medo da demissão, levando profissionais a aceitar sobrecargas em troca de estabilidade aparente.
Quais são os sintomas da síndrome?
Mesmo quem ama o que faz pode não perceber o avanço do burnout. A seguir, veja sinais de alerta frequentes. Observe que eles se acumulam gradualmente e podem variar de intensidade entre pessoas:
- fadiga constante que não melhora com descanso;
- irritabilidade e impaciência, especialmente diante de tarefas simples;
- sensação de fracasso ou inutilidade;
- dificuldades de concentração e lapsos de memória;
- dores de cabeça, alterações gastrointestinais e queda na imunidade;
- afastamento social e perda de interesse em atividades antes prazerosas.
Reconhecer esses indícios logo no início é fundamental. Pois, segundo Gustavo Luíz Guilherme Pinto, quanto mais cedo o indivíduo busca apoio, maiores são as chances de reverter o quadro sem afastamento prolongado ou problemas de saúde graves.
Como prevenir o burnout
A prevenção combina responsabilidade individual e compromisso organizacional, de acordo com o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto. Comece estabelecendo limites claros. Determine horários fixos para encerrar o expediente, silencie notificações e resista à tentação de “dar só mais uma olhada” no e-mail corporativo. Também vale redistribuir tarefas, delegar quando possível e negociar prazos mais realistas com a liderança.
Outro pilar de proteção envolve desenvolver hábitos sustentáveis, como pausas curtas a cada 90 minutos, sono de qualidade e atividade física regular. Já que esses fatores reduzem hormônios do estresse e aumentam a resiliência emocional. Aliás, priorizar relações de apoio, dentro e fora da empresa, fortalece a sensação de pertencimento e cria redes que reduzem o isolamento típico do burnout.
Quando procurar ajuda profissional?
Mas, mesmo com medidas preventivas, algumas situações exigem suporte especializado. Portanto, se os sintomas persistirem por semanas ou interferirem na rotina, procure psicólogo ou psiquiatra. Esses profissionais avaliam o grau de esgotamento e indicam estratégias terapêuticas, que podem incluir psicoterapia cognitivo-comportamental, meditação guiada e, em casos específicos, medicamentos para ansiedade ou depressão, como pontua Gustavo Luíz Guilherme Pinto.
Inclusive, empresas responsáveis oferecem canais confidenciais de escuta e programas de bem-estar. Porém, caso esses recursos falhem ou inexistam, vale conversar com o departamento de recursos humanos, médico do trabalho ou sindicatos. Uma vez que, organizar coletivamente demandas razoáveis e políticas claras de saúde mental é essencial para quebrar o ciclo que perpetua o esgotamento.
Priorize o seu bem-estar antes do limite
Em conclusão, burnout não é sinal de fraqueza individual, mas resultado de contextos de trabalho desequilibrados. Logo, entender as suas causas, identificar sintomas precocemente e adotar rotinas protetivas são passos decisivos para evitar que a síndrome evolua. Sem contar que, promover um diálogo aberto sobre saúde mental e valorizar períodos de descanso fortalece equipes e protege a produtividade a longo prazo. Assim, cuidar de si mesmo é também cuidar da qualidade do trabalho e da coletividade.
Autor: Alexeev Voronov Silva